segunda-feira, 31 de março de 2014

Reflexão sobre Docência e Discência em Matemática

Com as observações obtidas no ciclo de palestras e debates sobre a LDB (Leis de Diretrizes e Bases), ocorrido durante a realização da disciplina de Legislação Educacional na Fundação Universidade Federal de Rondônia, pode-se elaborar uma reflexão sobre a docência e discência em matemática no cotidiano escolar do ensino fundamental e médio.
Em todos os lugares do mundo, a matemática sempre fez parte dos currículos escolares, atuando como disciplina básica. De fato, seu ensino é indispensável e sem ela parece-me que a alfabetização estaria incompleta. O significado de matemática vem do grego mathema, que significa aprendizagem. No entanto, o conceito gera contradição, pois ensinar esta ciência é uma tarefa muito difícil. Atualmente, existem várias discussões e debates referentes à formação continuada, que consiste na articulação dos conhecimentos específicos e pedagógicos, somados a uma prática que possibilite ao professor explorar, questionar, criticar sua atuação docente. No caso da matemática, o objetivo de ensino é o de "desenvolver" no aluno a "habilidade" de resolver problemas matemáticos.
O ensino da matemática vive um paradoxo na atualidade. De um lado, uma sociedade que tenta justificar a presença da disciplina nos currículos escolares. Percebe-se que a maioria dos conteúdos ensinados nas escolas são considerados desinteressantes e inúteis, por não estarem vinculados diretamente à realidade social. O ensino da matemática na escola básica tem se identificado com o desenvolvimento precoce de uma linguagem simbólica e formal, que muitas vezes é imposta pelos professores, queimando etapas de estruturação do pensamento do aluno. A Matemática é uma ciência fechada em si mesma, concretizando uma visão parcial de ciência.
As novas metodologias de ensino da matemática tentam romper os métodos rústicos e concebem uma nova prática pedagógica, implicando na proposição de metodologias que possibilitem ao aluno a compreensão de conceitos e significados, bem como o estabelecimento de relações com experiências anteriormente vivenciadas. Implica, portanto, a construção de conhecimentos como solução de problemas significativos, respondendo às exigências do contexto em que está inserido e não apenas às expectativas do professor.
Em relação às normas que regem o ensino-aprendizagem no Brasil e a formação de novos docentes em matemática, verifica-se que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) são baseados nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e na Lei de Diretrizes e Base (LDB) para o Ensino Básico, tendo como objetivo central definir os princípios norteadores e orientações pedagógicas para a elaboração dos currículos das escolas. A finalidade da LDB é ajustar sua aplicação a situações reais, que envolvem várias questões, dentre elas: o funcionamento das redes escolares, a formação de especialistas e docentes, as condições de matrícula, o aproveitamento de aprendizagem e promoção de alunos, os recursos financeiros, os materiais técnicos e humanos, a participação do poder público e da iniciativa particular no esforço educacional, a administração superior dos sistemas de ensino, as peculiaridades que caracterizam a ação didática nas diversas regiões do país.
Considerando a realidade do país, a LDB é uma lei de iniciativa, mas não resolve todos os problemas do dia-a-dia de um professor e de sua árdua tarefa de educar. As instituições de ensino superior estão preparadas para ensinar ao aluno a parte teórica, principalmente em ciências exatas. As faculdades preocupam-se em ensinar as formas científicas e teóricas para seus acadêmicos e esquecem que estão formando futuros educadores. Esta realidade pode ser bem observada nos últimos semestres de um curso de licenciatura, pois é nesta época que os acadêmicos realizam o estágio em instituições onde futuramente irão trabalhar. Ao chegar ao estágio, deparam-se com uma realidade totalmente diferente da apresentada nos livros didáticos de faculdade, confrontam-se com situações que não estão nos livros e ficam “perdidos” para ensinar, pois as instituições de ensino superior não estão adaptadas para a realidade das escolas públicas do país.
O ensino da matemática contribui para as transformações sociais. O processo de construção do conhecimento deverá preparar os professores para torná-los cidadãos com responsabilidade coletiva, através da aplicação adequada dos princípios adquiridos na faculdade no relacionamento social e comunitário.

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